Na tentativa de aumentar os ganhos, alguns motoristas de táxi e de aplicativos de carro particular podem ser tentados a pegarem quaisquer tipos de corridas que aparecerem pela frente — com o intuito de manter uma alta produtividade e rendimento num dia de trabalho.
Mas, dependendo das expectativas do motorista, isso pode significar um tiro no próprio pé. Portanto, é preciso compreender todas as circunstâncias dessa questão: manter um fluxo de várias corridas curtas ou preferir corridas mais longas?
Não existe, ao certo, dizer que uma opção é mais vantajosa que a outra e, por isso, vamos apresentar agora os prós e os contras de cada possibilidade.
CORRIDAS CURTAS
Muitos motoristas não gostam de pegar corridas curtas por julgarem que, ao estar nessas jornadas que dão menos dinheiro, podem perder a possibilidade de conseguir uma viagem mais longa — na qual se garante um retorno maior. Acontece que as corridas curtas têm, na maioria das vezes, uma maior relação de rendimento por quilometragem (R$/Km).
Maior rendimento R$/Km
Por exemplo: se você fizer R$50,00 em cinco corridas de dez reais durante uma hora, você terá recebido um valor maior por quilometragem rodada, do que se fizesse os mesmos R$50,00 em uma única viagem nesse mesmo período.
Rodagem sem ganho
A chave pra obter o maior lucro possível é evitar o tempo/quilometragem rodado sem ganhos e, nos períodos de grande movimentação e demanda, muitas corridas curtas costumam ser a pedida certeira. Você leva um passageiro de A pra B e, ao deixá-lo em seu destino, imediatamente consegue outra viagem de B pra C, e assim por diante. Nesse cenário, você roda pouco com o carro sem receber por isso.
Ritmo desgastante
O lado negativo disso é que manter esse ritmo por muito tempo é extremamente desgastante: tanto fisicamente quanto mentalmente. Nessa situação, é bom procurar uma corrida mais longa: pegar, por exemplo, um bom trecho de estrada, pode ser mais relaxante e é um jeito mais fácil de fazer o tempo passar.
CORRIDAS LONGAS
O principal atrativo de uma corrida longa é a garantia de uma boa quantia de dinheiro ao seu final. Por mais que a relação R$/Km geralmente seja menor, é sempre bom ter essa sensação de segurança na renda.
Retorno sem ganho
O grande problema dessa opção é a volta: como normalmente o destino é um local mais isolado da área onde você opera regularmente, costuma ser muito difícil conseguir uma viagem de volta. Isso resulta num extenso percurso rodado consumindo combustível e pagando do próprio bolso por outros gastos que uma viagem assim pode gerar, como tarifas de pedágios.
Destino
Por isso, é importante verificar também, quando possível, se essa viagem mais comprida vai levar você para um local onde há possibilidade de pegar novas corridas, mesmo que sejam curtas, nessa nova região. Dessa forma, você pode acabar se beneficiando e explorando novas áreas com boa atividade.
Pra cada corrida que você completa antes de retornar à sua região operacional, você dilui um pouco o impacto de uma longa volta sem ganhos.
Movimento
Em algumas ocasiões, você pode se sentir atraído a pegar uma viagem que vai pagar muito bem a você por ser mais distante. Porém, em períodos de grande demanda, normalmente se obtém um ganho maior com várias corridas curtas para o mesmo intervalo de tempo que levaria essa jornada mais extensa. As corridas longas costumam se justificar mais em períodos em que o movimento está fraco.
Não deixe de pensar também no trânsito: ao aceitar uma jornada mais longa — dependendo do horário — na hora de voltar você pode acabar pegando um tráfego intenso e ficar um bom período parado, sem conseguir pegar novas corridas. Por isso, é importante antecipar esse tipo de situação.
Preço dinâmico
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o preço dinâmico. Nesse contexto, uma viagem mais longa se torna muito mais rentável e interessante.
Gente boa
Para uma viagem daquelas bem longas a gente leva em consideração toda a logística de deslocamento, mas um bom exercício é pensar que, se um cliente está disposto a pagar uma quantia muito alta pra chegar num local distante, provavelmente ele não tem outra opção ou precisa de chegar no seu destino com certa urgência. Ou seja, provavelmente seja bastante gratificante para o passageiro e uma oportunidade de fidelizar esse cliente. Nesses casos, dê seu cartão de visita ou passe o seu número de telefone.
Afinal, o que compensa mais? Depende mesmo de como planeja sua rotina, mas o recomendável é misturar as corridas longas e curtas. Por exemplo, em dias de grandes eventos na cidade — tais como shows ou eventos esportivos que atraem um grande público — enquanto se tem maior demanda dos serviços de transporte, é mais vantajoso pegar corridas curtas que mantenham você perto daquela área e, quando o movimento estiver acabando, procurar uma viagem mais longa pra finalizar.
Por fim, não se esqueça: você nunca é obrigado a aceitar uma corrida. Por mais que você seja continuamente encorajado a pegar um novo trabalho, sempre terá um outro motorista disponível que poderá atender esse passageiro.
E então, qual a sua opinião sobre essa discussão? Não deixe de compartilhar conosco as suas experiências com corridas. Deixe um comentário nesse post nos contando sobre o seu ponto de vista sobre o assunto.